segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Sou fratura expósta (andrérnica...)

Ainda que todas as flores me desprezem,
Ainda que a vida tenha me omitido o verdadeiro sentido da felicidade,
Ainda que a carne me atraia, não sinto mais o prazer.

Sou amante das cores, muitas vezes transamos,
ainda assim, um cinza me nubla a mente.

Sigo errando, sou um “Édipo”
vagando cego pelo deserto das desilusões,
pagando por não ter matado meu pai,
e por não ter transado com minha mãe.

Vago por este “Bosque das ilusões perdidas”,
em meio as “Flores do mal”, exalando meu odor tétrico
observo as Hienas, elas riem famintas do meu estado podrômico,
sou todo alimento, 63Kg. de carne impura
sendo devorada diariamente.

Sou um asilo de aflitos, vermes que se nutrem diariamente de minha sensibilidade,
sou o drama da matéria, “moesta et erabunda.

Destinado a sentir a dor do outro, as dores do mundo,
as dores de uma ferida aberta pelo “ser” humano,
Que ensina a “não ser” humano.

Posso sentir seu gosto, posso sentir seu cheiro,
ainda assim, não me enclausuro em sua casca.
E não cicatrizo nunca.

Sou fratura exposta. Sangro a tua moral.

Estou em carne viva.

(andrérnica...)

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