quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Vislumbre d’um tempo passado [parte 1]




Tá correndo um vento de demanhã,
Depois de correr muros e roubar goiabas,
Do café com bulacha e fruta fresca na mesa,
Antes do grito da vaca sendo ordenhada..

Vem vindo um alguem logo depois do alpendre:
-Oh Dona Maria, já chegou o leite!
-Minina vá lá pegar a panela.
-Quero só um litro hoje seu leitero..

E a história se contava:
Vinha pai e irmãos e família,
Cachorro, gato e até vizinha,
Tudo pra bater uma pratada;

Era cuzcuz com leite e coalhada,
Manteiga de garrafada da terra;
Pão era o que não faltava e a vida,
Essa sim se desenrolava;

Efeito dessa brincadeira, era correr pra escola
E trazer lição de casa, perder algumas horas
Com a boa e velha matemática,
Largar os estudos, porque uma hora já dava
A hora de correr pra rua, falar da casa rosa e das véia que minava
Nossas brincadeiras de criança.

Vida boa aquela que passava..

Som - Silêncio da noite e trem passando.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O Olho do Furacão ( Por Raffa Gomes)

Tinha, no nosso desejo de estar junto
como tem n'água a tranqüilidade de molhar
a terra e a ferocidade de rasgar a mata
na hora de fazer rio,

havia uma serenidade de vento vindo
do atlântico, quase transformando o dia
de sol em chuvada, destas qu'a gente
bem conhece, quase nada d'água.

Eram acontecimentos. Era como olhar pr'os
seus cabelos na meio daquele vento todinho,
e perceber o desejo da revoada de pegar
com dedos e levar pra dançar, aquele
desenho indeciso quase vivo dos teus cabelos.

Quem teve sorte d'estar no olho do furacão?

Eu era um’spécie de mentira contada,
Era um momento intercalado da conversa
E da falta do que falar. Tudo aquilo
Que não existia, mas precisava, porque tinha,

tinha de presenciar aquele fato, tão ..
Era quase uma loucura envergonhada:
(já que loucura hoje, se vende nos mercados,
a preço de banana ) mas declarada
Porque não tinha medo de se exprimir.

Tudo aquilo acontecia. Quase que um mistério
do lugar, uma farsa que não deveria acontecer.
Uma certeza de que a vida ali, não acontecia
mas era exatamente a única coisa que se via.. Vida!

Afinal, quem sabe o que é estar lá no acontecendo??

Os derramentos de mim, meus pedaços se desfaziam.
Minhas histórias se (des)contavam, se esqueciam de si!
Os modos de ver o que não queria, refizeram-se. Todas.
Uns encontros de sertão e cidade grande. De fatos
necessitando acontecer juntos, pedindo um ao outro,
sem palavras, sem muitos gestos ou rodeios.

Atordoado, não mais me sabia. E o meu mundo se refez.
Ai foram olhares e olhares. E abraços e carinhos, e cabelos
que se misturavam – ‘spécie de comida gostosa-
muitos cheiros exalavam e eram inalados, a medida
que o dia avançava, ignorando todas as únicas e verdadeiras
verdades que jamais teríamos contado a qualquer outro alguém!

No entanto, estar no olho do furacão, não é mais do que sensação..

E nada disso havia acontecido factualmente.
Tudo era poesia que estava na cabeça de dois.
Acontecendo nas entrelinhas de um olhar que durou
Cerca de milésimo de segundo.
E dura até hoje. Quase anos.Quase uma vida.
Mais de uma história. Duas.


Som - Chico césar (coletânea)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Entre cantos e costuras ( por Raffa Gomes)

A minha vida era tecido puro e cru,
Pronto para agulha que ainda não tem o que costurar,
Até que o tempo me mostrou essa menina
Que é mais que agulha e linha, e num só rebolar,
Misturou nossos destinos com tanto casear..

Tinha muitos cabelos,
Que pareciam uns novelos,
Lã da mais fina pra tear!
Uns braços arrumadeiros,
Faziam costuras belas de arrumação com os dedos,
Que reacendiam uns desejos, que se misturavam no ar!

E me contava historias tão bem amarradas,
Tantos arremates de situações engraçadas,
De bordados e trilhas, de desafios e pilhas
De tecidos e decidas de sua lida, fantasias caseadas
Misturando toda sua grande e bela família..

Que no meio destas linhas, me abraçou e amarrou.
Forçou com certeza o nó pra não desatar,
E fez de nossa vida um só bastidor,
Em-tricot-ado de flores e amores
E histórias que só eu agora, sei contar.


Som - Beth cantando no banho..

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Para Beth Aquino [4] ( por Raffa Gomes)




..E se sempre que o tempo escurece,
se quando em quando minha historia
se desfaz, porque perco a rédea,
e o pensamento vem sempre antes!

Quando minhas historias acabam,
e meus desejos se distanciam,
a vontade desanima, e o coração cala
por não saber se sabe o que quer falar..

entre a emoção que dita o ritmo
e a euforia das medidas que não tomo,
dentro dos fora de mim, estes que
o mundo vê e imagino, e só imagino

já que a imagem é espelho contrario
do que os olhos se propoem,
o resto do corpo assume e a vida
assemelha..Já que sempre se sabe
o que se quer e se sabe, mas não
quer agir, por besteira ou egoismo
incredulo, por prepotencia ou qualquer
outra falta de critica pessoal.

sempre que sempre me repito,

me vem ela com calmaria e suavidade,
com a mulher que bate e conforta,
com tudo o que existe de respeito
que uma saudabilidade reciproca exige.

E amor não esta na literatura mais uma vez !!

Som - Sete anéis ( Egberto Gismonti por Gabriel Grossi )

Raffa Gomes
16/05/11
00:33

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Para Beth Aquino [2] ( por Raffa Gomes)





Entre o que não vivi e o que sei,
estando no momento que estou
sei que sabendo dela, menos sei
mas que me desafio, e aqui vou..

Dado tanto tempo que não tenho
e das historias que quero contar,
dos instantes da vida, que percebo
ainda tenho tanto pra aprender e ai falar..

e das visitas que dela recebo,
que quando me tocam, inteiro arrupeio,
me desfazem em menos do meio
sendo ela a outra parte, completando o inteiro,

de dois corpos que são um mesmo
e nunca diferentes se trataram,
só se encontraram no desespero
da saudade que sempre avistaram
como parte do aprendizado que por despeito
agora desmancharam.

Para sermos felizes ..

Som - Baile no Elite (joão nogueira)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Imagens pr'um poema.. (por Raffa Gomes)

Entre cavalaleiro e o gado tem o laço,
entre a caminhada e a chegada, minha perna.
Calor do sol pra terra seca, vento agreste,

Sonho de melhor vida aqui no nortdeste,
sertões da historia de qualquer um,
que vida boa é bom, pra todo planeta

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Para Beth Aquino [5] (por Raffa Gomes)

...Esses cabelos de caminhos suaves,
de ondas eternas e mares e mares,
me pedem conforto,
confortam meu sono,
me dão novos ares..

Aquele desenho no sorriso,
transforma em sonho
tudo o que toca.
Resenha dos meus sentidos,
molecagem das histórias,
desejo de amor tranquilo..

E toda forma que se nota,
quando se é devorado pelo imenso brilho,
possibilidade de desvario,
são duas Bilas que envolvem,
duas coragens que nos absolvem,
olhos inteiros que movem destinos.

Som - Ela cantando no banheiro [Beth Aquino]

domingo, 15 de maio de 2011

Para Beth Aquino [1] ( por Raffa Gomes)

Esta menina de cuidados e ares,
esta de pele sensivel e senso suave,
ela de coçadinhas e caricias nas costas,
de desejos e vontades tão poéticas ..

Eva que tem uma curvinha
minusciosa na cintura,
que brinca com o vento a sua bondade,
canta encantando aves..

Era de pele alva, de cabelo liso longo
parecido com os rios do mundo,
despencando lá dos altos das montanhas,
feito cachoeira de fios brilhantes..

Esta que poetisa com as imagens,
que vê musica nas escritas,
vê dança nas palavras se formando
firmando toda a arte que sente na pele
da superficie dos olhos..

Assim é ela menina, mulher e marida,
deusa do meu olimpo e da minha vida.
rainha dos meus sentidos, e bandida
da beleza que existíra em todas as Marias
que atravessaram o mundo..

Som - A voz dela / Beth Aquino

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Para Beth Aquno [3] ( por Raffa Gomes)

São dois pedaços d'uma parte só,
O pedaço do pé de fruta que desgrudou
e caiu no chão, e fez outra!

Um tipo de descanso,sem parar..
Com cansaço e desejo de continuar.
O desafio regado a beijos e abraços.
Com todas as nossas partes ligados.

É diferente daqueles pedaços que se vão!
Que aqueles tem de adubar outras terras.
Tem que passar pela gente sõ pra mostrar
o quanto da gente não é nosso.
E o quanto da gente, ninguem nunca vai tirar.

Somos um, e mais ninguem.

Raffa Gomes
13/05/11
18:15pm

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Demora ( por Raffa Gomes)

É tristeza e outra coisa, quando vou embora,
é que ir tem distancia e voltar, demora.
E sabendo a volta, verbo que a gente mesmo usa,
quanto mais usa, desgosta.

Porque ir, é consequencia. Disposição do agora;
mas voltar é a sequencia que não se finge, se nota.

Pr'aqueles braços, pr'aquela horta,
outrora a casa, o parque , a praça;
Quem sabe não regressar pra nunca sair
nem saudade sentir por hora.

Só assim se percebe,
resposta da história pra gente !

Raffa Gomes
11/04/11
15:04

Som - Hugh Masekela / Hope

quinta-feira, 10 de março de 2011

Vi-vento ( por Raffa Gomes)

É bom ver a vida no vento
ventando e só vendo, a vida
é bom ver levando e trazendo
balançando e soprando, o dia
Entre pôr e o nascer
o que é estar e o que é ser?
Pra viver vendo vento e vida..

Raffa Gomes
10/03/11
17:45

Som - joao e maria por Yamandu costa e Dominguinhos

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Minha minha ( por Raffa Gomes)

O que vem dela, é mais do que O Que..
É toda a espécie de carinhosidade
e meninice, do tipo que chama estrelas
de bolinhas de gude de deus bolinando!

E responde perguntas atravessadas
no seu pensamento, com um somenos
balançar de cabeça pr'um simzinho.
Diminutivo gestual respondedor de tudo.

Fagulhando vontades aceleradas
tempo todo dos instantes da vida.
Cutucando o dedo quando pede
algo que não esta em seu redor!

Virando o rosto com o pescoço
pr'alcançar notas do entôo dum canto
voraz leve e encantador, menestrel
soprado sem esforço lá dos de dentro d'alma
na hora que se prepara pra cantar,
toda a lôa que lhe vem, lendo poemas..

Vastidão de mar a noite os cabelos Dessa,
retrucando os brilhos das verdades dos poetas,
inspirados nas bilas se batendo lá no universo.
Dançando tudo na base d'um tipo de
SambaCôco Maracatuzado.

Alem das minhas saudades tem os abraços
fortinhos pegando todo o pequen'espaço
do meu corpo, apertadinho, com cheiro de pescoço
que não quer sair sozinho daquele colar acalorado.

Aquem sorrisos,
só risos,
ri e só!
Sendo minha minha .


Raffa Gomes
05/02/11
13:04

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Passou,existe,irá embora (por Raffa Gomes)

"Choveu,e o cinza do tempo

fez passar tantos todos anos

que,obscuro e desatento

ousei desconsiderar.Deixei passar.


Não me lembro,simplesmente!

Nem do quando em vez,a vagar

como tartaruga destas

fora do tempo.Bicho-não-bicho.


E a idade!?

Anos e anos de uma crueldade

indistinta com um corpo,

a parte de toda a concepção de arte

divinamente em desconcerto


viu passar quilômetros de

outonos e primaveras,sorrindo,

forçando as formigas a trabalhar

n'outro ritmo,comendo

horas e horas dos meus momentos,

sofrendo sodomas sacrifícios

de saudade de mim!


De quando dera conta:

A poça da chuva secou.

Eu? aqui estou.

Meu mundo,não acabou!

Há...!


Belezas 2 (por Raffa Gomes)

O sol está morrendo

uma cara de choro assusta o dia,

a sombra das lágrimas

nos cantos da cidade, que se esfria!


Um pássaro observa um homem

que observa a rua que não

observa ninguem. Porque os tem, e só.


Mãos na cabeça,

entre os dedos, cabelos,

devaneio desastroso

vento cor'amarelado.


Nem sabia que uma morte

pode e podia ser tão bonita.



(No dermatologista)

Belezas (por Raffa Gomes)

Ela vinha,vestida

de sonhos e cores,

com estas ansiedades de menina

desmanchano a beleza das flores,

primeiras rosas vadias

que caiam no meu saudoso outono.


E como que nem quando

a gente pinga, trestropeça,

e acaba com toda aquela bela

beleza beirada,embebida das

decorações dos poetas,


Num desarranjo inesperado

mesmo com os pés no chão,

quebrou-se o salto

e flutuou ela,feito novo passáro novo,

em direção aquela velha sarjeta esquecida

que se tornou então,

a passarela da menina,


Tingida com a vermelidão,

que a vala transfigurada

em tapete luzia, estes do alto escalão da moda,

que a sociedade de hoje exige.


Nova paixão pelo grotesco.


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O que quero ver.. (por Raffa Gomes)




-Uma hora eu enxergo. Dizia.
É que as vezes, só quando a gente vê,
é que percebe. Não é cegueira nem
nenhum tipo de covardia..

Talvez o compreender esteja associado
a não conhecimento do passado
ou disfunção do querer ver o acontecendo
no momento dito..

Tudo é tão fácil e tão..
É Festa pra comemorar aniversário,
é um elogio a um casal se beijando no passo,
Cheiro de terra depois da chuva que passou,
canto de manhã de qualquer pássaro,
Sensação de água depois de sair do rio.

É como quando voce vem, me dá um xero
e me chama pra dormir e eu vou.
E tem uma sutileza ríspida e medonha,
as vezes era um monte de medo e vergonha
e agora, cheia de coragem e fé.
Tirando a menina da casca firmando bem o pé!

Descascando as máscaras da vida,
virando menina sem susto,
virando de lado pra dormir
e se deixar ser só gente dormindo.

Raffa Gomes
12/11/10
01:33

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Como ela (por Raffa Gomes)




São olhos, e outra coisa.


Olhos e algum tipo de fantasia intelectual


desvairada, da criança que chora,


da que brinca e corre.




Um delirio rasgado que assusta,


desconcerta quando a gente se obriga


a despedir porque as horas vem, e não se tem


outracoisa a fazer a não ser Voar ali,


de pés no chão de frente pra ela,


de pés no chão e sedento e cego.




E uma certeza de tantas coisas


naqueles olhos, tantas diferenças


certas como setas rumo ao alvo que,


quando se a si percebe, foram-se horas


e histórias e histórias...




Uma ciranda de carinhos e imagens,


de nudezas e invasões e a falta do


diminutivo na quarta palavra desta estrofe


explica o quanto a quantidade de belezas


das musas dos poetas e dos escritores,


e músicos e doutores, autores e reis;




fabulosistas, cronistas, contadores;


Marias bonitas, Helenas ou dulcinéias ou


Dorotéias ou divinas são tão grandes quanto


a quantidade de belezas que existe tão


inteiramente DentroFora desta que é tantas


e tão poucas num só dia e hora das tantas


que felizes vivemos, e despedimos.




Para logo s'encontrar.




Como ela vento e eu mar.


Como eu raio de sol e ela pedra.




Tudo ao mesmo tempo no seu tempo.




Aqui e ontem,


Hoje e agora.




Assaz.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Á saber. (por Raffa Gomes)

E assim, com ela não tem tempo ruim!
Sem tempestade, sem desmantelo.
Todas as funduras e avôos do desespero
dentro da gente, quando se descobre
livre e preso.

Uma valsa, pregada no seu terceto ritmado,
Ela eu e o todo que completa ligando
amanhã, ontem e hoje sem parar.

Como se tudo fosse a mesma coisa
no mesmo lugar desandado. Facilitado
apenas pela certeza intrínseca e marcante
de saber nenhum bem sintonizado,
bem dizendo: Vamo ai? E vamos e foi.

Á saber...

Raffa Gomes
23/09/2010
11:41 am

Som - Take five /Miles Davis

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

..Sobre o amor (por Raffa Gomes)

Não é nenhum tipo de arrogancia ou coisa que o valha,
mas, sobremaneira, independente falar desta forma
ao que cabe no popularesco ou costumeiro que intrinseco,
se faz moda a nossa frente, mas..
O que aqui se faz, aqui dentro, se forma de forma
incongruente e inequívoca e não nunca foi dito,
em circunstância nenhuma em qualquer balada
que se ouvira por ai.
Não é algo de supersticioso ou cansativo;
não tem repetição, desapetite ou outrovir
independente do quanto se quer querer e nem tão doce
ao revés das lendas fabulosas..
Tem algo de bruto sim, feito semente colocada na terra
rasgando a terra pra deixar de ser o que era, pra ser
outrem..Árvore, planta pequena, mato,jabuticabeira!
Feito espetar o dedo costurando,e praguejar o dedo
por estar no lugar errado,já que a agulha deveria
e haveria de passar por ali, de qualquer jeito.
Há também uma especie de outr'alguem circundando
incitando as coisas a darem certo, na hora que devem.
Entre aspas, tirando o problema da frente;
Não obstante e indiscutivelmente necessário,
é a facilidade com que tudo não acontece facilmente,
já que a planta pra crescer, tem que enraizar, e dolorido
como mãe pra parir, é a terra pra soltar seu libelo ao mundo
desejando unicamente que sua gratidão, venha com qualquer
reação..
Mas venha.
Contumaz, severo e atento por instinto..
Audacioso, sagaz, memorável e frágil e fragificado por disposição.
A gente sem tamanho, fica destamaninho e é;
Fica arroz com feijão na hora da fome e é;
fica com as letras parecidas no nome e é.
Dor no ouvido quando tem muita gente gritando,
mas não pelo barulho. Outrolado. É um silencio
tão ensandecido de preenchido, qu'a gente,
a gente não consegue segurar sozinho e não pede ajuda.
Não sente dor, e não desanima.
Respirafundo e respira.
Cala quando preciso e prossegue..
 

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Si sei. (por Raffa Gomes)




Sei lá sei ?!
Compreender é ter absoluta incerteza,
falta de direção. Deslumbre com todo
ou qualquer raio de vontade alheia
ao desejo primeiro. Raiz da sensação.

Contando histórias pra si mesmo
sem expectativa. Espécie de pessimismo
sem pés nem ísmos. Momento que acontece.

Fugindo do eterno aqui dentro,
rezando oração dos outros tantos
lá de fora feito necessidade de
criança perguntar porque!
Feito estes olhos que brilham curiosos
pr'entender o que existe e s'encerra
não s'explica.

Avante já está. Agora é viver,
que pensasse antes. Conseqüência é resposta.

Som - Musica de mim (Meu coração batendo)

Êta (por Raffa Gomes)

E eis que ia, lá indo, caia uma tarde belíssima,
lá pr'os outros lados da cidade, numa velocidade
ribeirinha, com algo soprando gostoso nossa face,
com tanta vida voltando a ser vida, sem metafísica
nem alarde, vendo criança brincando na beira da rua,

Lá, feito poesia que se recita n'outro tipo de espaço
coisas avessas que se completam e se enlaçam,
Cheguei lá e lá tinha musica boa, arte sobrando
gente as tantas e possibilidades de tantos tantos,
e aparece lá, uma Ela, preenchendo alguns vazios

desencaixados. Cantando umas coisas bunitas,
carregando alfaia do lado, dizendo que gosta
de arte dita, que quer misturar com as de ato,
sem perder o tom da escrita, tudo junto em misturado
fazendo vontade pra descobertas da vida,

e a gente se virando,
num desenlaço danado
foi entrando na sintonia,
d'uma lida em harmonia
d'um socorro pro outro abraço,

E cumpanhanú us percalço
jogado cas percata nos caminho
vai a gente seguino desatino
de pr'onde a vida qué que o traço
da gente guie, Destinado.

IjMaria, CrenDeusPai apurado.

Vadiage.

Som : O livre-atirador e a pegadora ( Gilberto Gil )

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Dia de reis ( por Raffa Gomes)

E ai, ali estava.
Quando acordei, que não sabia se estava,
reparei mas não vi, havia um alarde
que transfigurava o que à mim, se
"Arrotinava" dia a dia na humilde casa
de rua qu'eu vivia :

Tinha os prédios, tinha as árvores
ainda que poucas e tudo que tinha, e
acabara ali, de nascer um morto
vivendo assim assim, suas poucas horas de vida
com fama e mal gosto.

Ouvi o barulhinho das pessoas burburando,
dado que o motoqueiro que se extendia,
ainda no chão jazia sem comunicação
parecia o ricão dentro do grande
carro intacto e imóvel, quase em sintonia
com o outro que mais vivia,

e decidi que lá chegaria.
Como havia muitos dias que não me
banhava nem comia, só existia com
os corriqueiros nãos que recebia,
cambaleava com todo o sono de
começo de dia, fui aproximando,

e nunca me senti tão rei, importante
gente com vida. Precisava ver: era
como um médico que chega, com uniforme
e maleta e bombeiro por perto.
Ia chegando e o povo abria,
fazia um corredor no meio da bagunça de gente
até lá, onde acontecera o embate.

E ai, ali estava:

Um morto-vivo;
Um vivo-morto e
E eu que existia.
O povo que calava. Vida voôu,

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Epidemia ( por Raffa Gomes)


Agora, é a gente impondo o ritmo da luta,
é o tempo passando só pra gente, e gente
é quem caminha do nosso lado, trincando
na hora da treta, não de punho com o irmão

só com a palavra que guerria pra entrar na
poesia, que tenta ser poesia, sem parecer
discurso inflamado de homens e mulheres
amaldiçoados pela vontade única de não ficar
parados. Cansados já de ver seus barracos
sendo levados, tanto pelo politico quanto pelo
chuva que as vezes parece tambem estar
contra nossa vitória.

Não vitória de quantos vão morrer a mais,
ou quantas morais serão destruídas,
vitória do respeito, harmonia, sem preconceito
do destino de cada um seguido conforme o cada
um segue seu destino, sem policia no meio,
matando a sede de sangue do menino que sai
correndo atrás do remédio pra esposa, não do
dinheiro do pseudo-rico.

Agora é sem volta, e a gente vem chegando,
se não sair da frente vai ser contaminado
não por uma gripe de laboratório, mas
por uma epidemia inteira de boa vontade
e dedicação e agora, é agora,
não adianta querer voltar pra trás mais .

quinta-feira, 25 de março de 2010

Poesia ( por Beth Aquino & Raffa Gomes)





Jorrando do peito vinha,
feição de face, sobre os ventos
que margeavam o entre algo
na vastidão de espaço d'um corpo
a outro, (aquele quase não caber
tudo de quando a gente
esta se olhando)

Caindo caia um qualquer algo
do que parecia outro ser humano nascendo
e não desatento, desperto de todo momento,
aquele instante da vida, parecido a véspera
d'um primeiro beijo, parece que tudo no mundo
é nada, e o que existe é música

e respiração na mesma frequencia.
Toada do organismo da gente
na hora que precisa cantar e afinar a voz
c'outra gente, e dois cantando um.

E vida acontecendo,
e o cheiro do que a historia não contou,
nem a literatura fez ser, porque escreveu:
As coisas acontecem quando a gente não quer;
o querer que impede de vir e a visão.

Muito melhor do que quando a gente queria.
Cachueira

(som - Cangote / Céu)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Na forja ( por Raffa Gomes)





Havia, numa pedra torta
tortuosas formas de se fazer a rima
dadas as horas que não passavam
mortas, já que vivas se forjavam
vivas, e sofriam sozinhas nas bordas

Duma vida sem paralelo,
numa história em construção;
conseqüência de correr do tempo
comodismo do corpo em paixão.

No que não servia era expelido
amassa amassa com clarão herdado
fragilizando o que a forja resistia,
resistindo aos anos que não passavam
deixando marcas de terror infindo
tão belas quanto o cheiro adocicado,

das deidades que vínhamos produzindo
roçando corpo a corpo nuns espasmos
nús, sem desejo escrito mas vívidos e
vivídos sem precedentes, contrariando
alguns lados das tradições presentes
quando dizem que precisa ser confortável
o cólo pros corpos em coito ardente,

Brasa do metal em riste
sobre a pedra em lascivos uivos,
liberando faíscas a todo custo,
limalhas de ferro forjando
só um corpo da pedra, do ferro e do fogo..

E o corpo ardendo aquecido,
fundindo aos brados masculinos
e femininos, começa a se derreter
quase líquido quase, erigindo
derramamento em alarde
Ah-lar-de tão seguidos,

forçando o término d'um
embate indistinto de modesto,
calando porque completo
aflito por nova forja.
Agora com suspiros e sussurros.

sábado, 6 de março de 2010

Girassol ( por Raffa Gomes)






Gira sol



Só o sol girando

lá no céu, girava

o sol só e na gira

sol não tonteava;



Alguma dança parecia

a roda da saia do sol

e até a nuvem assumia
parte no vestido da canção!

E a girar, o sol saia:

gira sol, gira !

P’ros olhos desta planta morena

acompanhar-te até o dia


que dia não for mais

e a lua tomar parte na dança
que o sol deixou pra trás.



(som - Fadas / Luis melodia)

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Vida, acontecendo ( por Raffa Gomes)




Se eu me chamasse Raimundo, vasto mundo
seria mais um nordestino. Talvez não
nor - destinado, feito rima de cordel atado
pela sina de ser muito bom no que faz e não pode
ou porque a historia não deixa, ou por não saber-se ser !

Mundo vasto senhor Carlos, e nossos corações
continuam grandes pra diabo, só que a gente
não toma conhaque, tem de ser cachaça mesmo,
e doses e mais doses de coragem, pr'enfrentar
dias e mais dias de humilhação trabalhística,
desrespeito de classe, intolerância racial..

Continuamos pegando bondes, porem os de hoje,
chamamos busão, e o que se vê, são braços
amontoando-se n'onde não cabe nem ar nem pernas mais.
E são tantos, que a gente não pergunta mais: por quê ?:
Vive os porquês, de ter de levar pãozinho pra casa
todo dia todo, dias feitos respostas pras respostas,
já que pra pergunta não dá tempo !

O Deus abandonou não, continua aqui, na correntinha
amarrada no pulso e na perna.. Nosso senhor do Bonfim,
todas as Marias de todos os escapulários,
e a Fé, não compramos ali e fraquejar,
fraquejar só na hora que falta a comida, que a gente pensa
e diz: Filha, chora não, logo amanhã a vida melhora.
Se Deus quiser. Amém.

Nossos sertões, esses aqui, são vastos, são sim
feito desertos – de-sertõ-es - mas cheios d'uma alegria,
uma beleza tão impossível e indescrita.
Sem filosofias, nem toxinas financeiras, gritos de
centavos de dólar, politicagens estúpidas como
ficção no cinema.
É aquela vez que a gente sobe no pé de goiaba,
se acaba, e depois tem dor de barriga, com a mãe
brigando com a gente, e cuidando ao mesmo tempo.

E pra isso, senhor Carlos, pra isso não tem Deus,
ou casas olhando, ou gente atrás dos bigodes,
procura de rima, pra enfeitar belezas já.

Tem vida de verdade acontecendo.

Som : Concrete Jungle - Bob Marley (interpretado por Céu)

domingo, 3 de janeiro de 2010

Minha vida aqui hoje ( por Raffa Gomes)



"Solicitude, é uma noite de festa bem dançada,

sem desejos, nem vontade, ou coisaqualquer;

uma verdade de sutil indecência, por ser

sombra do que possa parecer viés do arroxo

de querer encontrar poesia assim, sem ler.


Coisaqualquer. Mágica sem titereiro,

gostosa de se ver iludindo, pra se ter mais certeza

da imundice bela e, e incomparável do ser humano

quando, do intelecto, prefere fugir do certo

pra se saber enganado, ou viver o desafio

d'uma não certeza. Sonhando sabedoria.

Sabendo sonho. Vivendo insegurança.


Insegurança até de viver sabendo que sonha

com sabedoria, e marasmo, e consequencia

como se depois d'umbanhod´águafria sai

reforçando respiração.
Sentindo pulmão vivo..Sai do mesmo pr'estar

num outro proximo, tão bom quanto..
Entender o ar, passando pelo corpo, naquel'ora.


E espirrar, tem mais vida que no meu trabalho.

Só desaforo de quem tá que não aguenta.

Por que pode, e sempre pôde, mas não sabia!

E se sabia, não o fez. Calou."


( Som - Esquinas / Djavan)

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Pele Preta e Poesia ( por Raffa Gomes)





A Pele da Preta é poesia
no Porto: Vai e vem e vai
quase balanço de onda, quase caminho
da vela. lirismo abençoado e desajeitado no corpo,
na pele, na selva dos cabelos dela.

Vem e vai já foi.Bela morena que samba
sem samba tocando.Ela que é poesia viva
versada na magia de ser mulher,
sentinela da adoração da gente,
beleza esperta sem predecente de
rasgo na paisagem do sol em pôr,
Boa viagem, Itapuama, Olinda
em clamor pedindo a passagem
da Preta e sua Pele Poesia !


(som - Acabou chorare / Novos baianos)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Sambad'ela ( por Raffa Gomes )




" Cai o véu,
no céu, entôa lôa a lua e no seu canto
vem ela, frasificando versos no corpo,
riso de criança, nuvem boba, axé

da chuva que já não canta,
espanta mau olhado da terra
só pra ela dançar, samba de muleka
serelepe sacudidela pra lá e pra cá

No aqui, onde pirilampos formam velas,
cigarras cigarream apito de samba-enredo,
escola inteira que saracuteia embaixo da saia
n'uma epopéia de vem e vai

formada de flores e folhas,
sonhos inteiros, campos de centeio,
mar aberto, beijos e beijos
beijos e beijos e beijos .."

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Fuçando (por Raffa Gomes)





Assaz, nunca gostei de te deixar ali,
para trás, por sempre , em sonhos santos,
politizar outros encantos
da gente...

É quando se joga os dados
sem preocupar com os números
dado que os lados, não os tem mais.
Quimera de devaneio com matéria!
desfazendo um não sei o que d'arte.

Emergência que bate a porta da vida
e a vida desfaz e restaura!
Sem o saber!

Não me olhava nos olhos
fuçava meus interiores sem pedir para entrar
compunha sinfonia, só por estar...
fazia caracóis curtos
no longo dos meu cabelos
soprava versos inacabados
resolvia chamar de poesia, até
seu respirar cadenciado, só estando..


Som - So mutch Things to say / Lauryn hill

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

In (s) piração ( por Raffa Gomes)

Sabe se será sendo vindo,
veio de veia nascendo e sorrindo
e fervendo trincando téquinho
de pele nossa comprando corpo
inteirinho, fagulhas dum não sei onde
pra um não sei quando se é que
se tem porque e fuzila,
saraivada desrespeitosa na derme

quase adormecendo a gente
seguindo senda de seio quente
faminto só de sossego
depois de respirar inspiração.

Só sendo e indo
e ai a gente descobre e sabe,
mas não diz.
Pa-la-vr a-vôa.

Som - Cangote / Céu

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Inominado ( por Raffa Gomes )




Hoje menina, vem tú como quem fora do tempo,
arrastada com a brisa do mar, a bailar
abençoando com os cabelos laçados
no enredo do teu samba.

Menina que vem sem medo, trazendo
paixão nos olhos e desejos doces
sem escambo, pedindo com gestos
desde o primeiro momento, apenas verdades
despudoradas.

E eu menina, que achava qu'era homem??
Pensava a vida só pensando quase e
a emoção quase sempre segundo plano?
Com tantos e tantos quases quases!
Sem batuques nem pandeiros

Voce com versos voando já, vosciferando menina
de todos os olhos e brincos, moça dos
sonhos bandidos, águas nas bocas de tantos
meninos, sem nacionalismos e brasileira
dos todos os elementos vívidos!

De todas as cores da lua, numa semana
menina, cachoeiras infindas d'águas, humores
amores e gostos e gostos dos diversos amores
ouriçantes que bendizem nossa Raça,
fada das tantas noites a parte das fontes
d'inspiração d'alguns escritores.

Quase rezo encantado, travessia convidando
minutos d'uma sabedoria rica, qualquer jeito
menina, qualquer jeito da tua fala vinda
d'um de dentro pra dizer até quem não tá
sendo visto e vendo

Neste enredo, no meu eu mesmo
vou saber ser nada alem do todo
inteiro que pinga gingado faceiro
tentando arte, requebrando esqueleto
pra te acompanhar. Quebrando pra cima...

Gostar gostando de alguem,
esta no ser e não no agora
por que é gostar de si tambem

São regiões d'um a gente indivíduo,
inexiste porque sempre foi e não
vai esperar, porque está menina, e
estar menina é tanto nele quanto nela,
vivendo o beijo da poesia direta, na fonte, bela
falsa como todos os medos bobos
dominadores que insisto em manter
inominalmente indevassáveis

Amor, é desinformação que não cabe
na beleza da vida viva pulsando,
nem no trejeito do bicho fazendo a cria
ser cria, tanto aqui no zoológico quanto
na mata ou nas baias da nossa
impúdica, clara e proeminente existencia.

O soturno segredo que guardava
de mim, virou embarque de superstição
acalantada, facilitado no colo de tua
mulher menina, pronto como de mãe
que acaba de parir e partir p'ras
novas vidas.

Depois menina, depois está por vir e
o então, é sempre durante.Venho
pra te fazer minha mulher, se me
quiseres como teu homem.Fora do tempo
mesmo, na nossa bolha de ontem
com todos os amores e amigos dentro!

(som - João e Maria / Chico Buarque)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Revelando ( por Raffa Gomes)





O cheiro da noite que começamos,
não terminou. Guardo comigo os nós
daqueles laços, inimaginários, forjados
pela eucaristia que selamos. Numa noite,

É muito para uma já, porém, serelepe
como só se sabe ser, meninice feminina,
ensina e faz relembrar dias inteiros ,
aquela hóstia divina, que não ousamos recusar;

Jeito de menina, dança no ventre
calcada de brasileirismos na pele ardente,
febre viril açoitada por incandescentes amostras
de afeto, dedicação, carinho e humildade, por não saber
onde no exato, que poesia, está para viver..

cantando baixinho, pé d'ouvido,
cachoeira de voz que invade,
braço de rio daqui-de-dentro
parecendo agora, se acertou.

Segredo.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Duas coisos ( por Raffa Gomes)




Não estava lá, mas estava..senti.
Só sabia, sendo saudade pouco sofrimento,
meio que mentira de não saber se se sente
ou finge. O que não se tem é medo de assumir!

É falta de coragem, meio do caminho,
destamanho de palavra que falta, pra dizer
qualquer pedacinho de verso, situação já sendo
estrofe inteira, segundo místico de tão interno
saraivada de arrepio, sem testamento,
vida que passou agora.

Não sou mais nem moço
ou idoso, menino tão pouco,
sou parte do olhar dela.

(sem musica.Desta vez sem)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ponto e Vírgula ( por Raffa Gomes)


...É que quando a gente nao aguenta, o outro
é consequencia de sentimento.
Desalinho de perceber, que se é apenas as penas
do quando a necessidade alheia é mais importante
que a sua !

Soando, o corpo nem pergunta se se quer,
saber-se palavra d'outro corpo,
corporificando suor de dois mesmos
medindo as lágrimas que me caem depois
não me sendo

negação dos interiores inteiros.
Eu, ponto final do enfim,
ela, vírgula abcessa, descabida
da poesia que teimamos nunca terminar
porque nunca começa.

Existe e existe!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Vôo de borboleta ( por Raffa Gomes)



...Sabe, dá um calorzinho assim

quando tú se aproxima de mim!

Tudo gela,


Estado de peixe confinado

ao aquário, sem saída,

comemorando a vida

no seu vai e vem sem ritmo.Solitário.

Etéreo.


A gente desperta, no mesmo

desatino, descascando a máscara

do susto, que nego, sem risco

de ser descoberto.Novo grito.


E os morangos e as flores

voltam a ter cor...

Os pirilampos recomeçam

a compor luzes e


Logo aqui dentro.

Vôo de borboleta!