quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Passou,existe,irá embora (por Raffa Gomes)

"Choveu,e o cinza do tempo

fez passar tantos todos anos

que,obscuro e desatento

ousei desconsiderar.Deixei passar.


Não me lembro,simplesmente!

Nem do quando em vez,a vagar

como tartaruga destas

fora do tempo.Bicho-não-bicho.


E a idade!?

Anos e anos de uma crueldade

indistinta com um corpo,

a parte de toda a concepção de arte

divinamente em desconcerto


viu passar quilômetros de

outonos e primaveras,sorrindo,

forçando as formigas a trabalhar

n'outro ritmo,comendo

horas e horas dos meus momentos,

sofrendo sodomas sacrifícios

de saudade de mim!


De quando dera conta:

A poça da chuva secou.

Eu? aqui estou.

Meu mundo,não acabou!

Há...!


Belezas 2 (por Raffa Gomes)

O sol está morrendo

uma cara de choro assusta o dia,

a sombra das lágrimas

nos cantos da cidade, que se esfria!


Um pássaro observa um homem

que observa a rua que não

observa ninguem. Porque os tem, e só.


Mãos na cabeça,

entre os dedos, cabelos,

devaneio desastroso

vento cor'amarelado.


Nem sabia que uma morte

pode e podia ser tão bonita.



(No dermatologista)

Belezas (por Raffa Gomes)

Ela vinha,vestida

de sonhos e cores,

com estas ansiedades de menina

desmanchano a beleza das flores,

primeiras rosas vadias

que caiam no meu saudoso outono.


E como que nem quando

a gente pinga, trestropeça,

e acaba com toda aquela bela

beleza beirada,embebida das

decorações dos poetas,


Num desarranjo inesperado

mesmo com os pés no chão,

quebrou-se o salto

e flutuou ela,feito novo passáro novo,

em direção aquela velha sarjeta esquecida

que se tornou então,

a passarela da menina,


Tingida com a vermelidão,

que a vala transfigurada

em tapete luzia, estes do alto escalão da moda,

que a sociedade de hoje exige.


Nova paixão pelo grotesco.