
"E me desfiz como pano sendo rasgado,
descobri um descaso descarado pairando,
depois de tanto tempo tentando,remoendo,
roçando com uma tentativa de chegar a lugar algum
por não saber,definitivamente onde lá é!
Custei a compreender o quanto culpado era,
quanto carinho faltou para construir aquele castelo
concreto, porém frágil e infeliz devido a falsidade que
não assumimos por todo o tempo que teimamos em
ficar juntos.
Vou grudar em todos os muros de minha indecência
os quadros que não levaste,as músicas que viciaste,
os poemas que tua voz levou e ainda soa nos
cantos dos cantos do meu inteiro único e sagrado Eu,
Hoje,dilacerado pela histeria da história que não terminamos,
ferido e amparado por um único e fiel sentimento,ainda desfacetado;
não posso e não devo assumir, mas aceito,agora,de bom grado,
a canalhisse de te ver sumir,sofrer e reprimir,em baixo do braço,
este contrato,que destruirá de uma só vez a esperança errante,
um tanto lúcida,que ainda me restava...te ver casar.
Sairei por ai,a procura de outra você!
Vou bater nas portas das igrejas,dos impérios,das sinagogas,
vou invadir o inferno,os conventos,os templos!
E espero,no decorrer do tempo,terminar meu testamento
entregando-lhe meu último suspiro.Deixar de ser algo vivo,
nas mãos de quem vida me deu."
(Cyranos Marques por Raffa Gomes)