quarta-feira, 28 de abril de 2010

Dia de reis ( por Raffa Gomes)

E ai, ali estava.
Quando acordei, que não sabia se estava,
reparei mas não vi, havia um alarde
que transfigurava o que à mim, se
"Arrotinava" dia a dia na humilde casa
de rua qu'eu vivia :

Tinha os prédios, tinha as árvores
ainda que poucas e tudo que tinha, e
acabara ali, de nascer um morto
vivendo assim assim, suas poucas horas de vida
com fama e mal gosto.

Ouvi o barulhinho das pessoas burburando,
dado que o motoqueiro que se extendia,
ainda no chão jazia sem comunicação
parecia o ricão dentro do grande
carro intacto e imóvel, quase em sintonia
com o outro que mais vivia,

e decidi que lá chegaria.
Como havia muitos dias que não me
banhava nem comia, só existia com
os corriqueiros nãos que recebia,
cambaleava com todo o sono de
começo de dia, fui aproximando,

e nunca me senti tão rei, importante
gente com vida. Precisava ver: era
como um médico que chega, com uniforme
e maleta e bombeiro por perto.
Ia chegando e o povo abria,
fazia um corredor no meio da bagunça de gente
até lá, onde acontecera o embate.

E ai, ali estava:

Um morto-vivo;
Um vivo-morto e
E eu que existia.
O povo que calava. Vida voôu,

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Epidemia ( por Raffa Gomes)


Agora, é a gente impondo o ritmo da luta,
é o tempo passando só pra gente, e gente
é quem caminha do nosso lado, trincando
na hora da treta, não de punho com o irmão

só com a palavra que guerria pra entrar na
poesia, que tenta ser poesia, sem parecer
discurso inflamado de homens e mulheres
amaldiçoados pela vontade única de não ficar
parados. Cansados já de ver seus barracos
sendo levados, tanto pelo politico quanto pelo
chuva que as vezes parece tambem estar
contra nossa vitória.

Não vitória de quantos vão morrer a mais,
ou quantas morais serão destruídas,
vitória do respeito, harmonia, sem preconceito
do destino de cada um seguido conforme o cada
um segue seu destino, sem policia no meio,
matando a sede de sangue do menino que sai
correndo atrás do remédio pra esposa, não do
dinheiro do pseudo-rico.

Agora é sem volta, e a gente vem chegando,
se não sair da frente vai ser contaminado
não por uma gripe de laboratório, mas
por uma epidemia inteira de boa vontade
e dedicação e agora, é agora,
não adianta querer voltar pra trás mais .