sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Pele Preta e Poesia ( por Raffa Gomes)





A Pele da Preta é poesia
no Porto: Vai e vem e vai
quase balanço de onda, quase caminho
da vela. lirismo abençoado e desajeitado no corpo,
na pele, na selva dos cabelos dela.

Vem e vai já foi.Bela morena que samba
sem samba tocando.Ela que é poesia viva
versada na magia de ser mulher,
sentinela da adoração da gente,
beleza esperta sem predecente de
rasgo na paisagem do sol em pôr,
Boa viagem, Itapuama, Olinda
em clamor pedindo a passagem
da Preta e sua Pele Poesia !


(som - Acabou chorare / Novos baianos)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Sambad'ela ( por Raffa Gomes )




" Cai o véu,
no céu, entôa lôa a lua e no seu canto
vem ela, frasificando versos no corpo,
riso de criança, nuvem boba, axé

da chuva que já não canta,
espanta mau olhado da terra
só pra ela dançar, samba de muleka
serelepe sacudidela pra lá e pra cá

No aqui, onde pirilampos formam velas,
cigarras cigarream apito de samba-enredo,
escola inteira que saracuteia embaixo da saia
n'uma epopéia de vem e vai

formada de flores e folhas,
sonhos inteiros, campos de centeio,
mar aberto, beijos e beijos
beijos e beijos e beijos .."

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Fuçando (por Raffa Gomes)





Assaz, nunca gostei de te deixar ali,
para trás, por sempre , em sonhos santos,
politizar outros encantos
da gente...

É quando se joga os dados
sem preocupar com os números
dado que os lados, não os tem mais.
Quimera de devaneio com matéria!
desfazendo um não sei o que d'arte.

Emergência que bate a porta da vida
e a vida desfaz e restaura!
Sem o saber!

Não me olhava nos olhos
fuçava meus interiores sem pedir para entrar
compunha sinfonia, só por estar...
fazia caracóis curtos
no longo dos meu cabelos
soprava versos inacabados
resolvia chamar de poesia, até
seu respirar cadenciado, só estando..


Som - So mutch Things to say / Lauryn hill

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

In (s) piração ( por Raffa Gomes)

Sabe se será sendo vindo,
veio de veia nascendo e sorrindo
e fervendo trincando téquinho
de pele nossa comprando corpo
inteirinho, fagulhas dum não sei onde
pra um não sei quando se é que
se tem porque e fuzila,
saraivada desrespeitosa na derme

quase adormecendo a gente
seguindo senda de seio quente
faminto só de sossego
depois de respirar inspiração.

Só sendo e indo
e ai a gente descobre e sabe,
mas não diz.
Pa-la-vr a-vôa.

Som - Cangote / Céu