quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Inominado ( por Raffa Gomes )




Hoje menina, vem tú como quem fora do tempo,
arrastada com a brisa do mar, a bailar
abençoando com os cabelos laçados
no enredo do teu samba.

Menina que vem sem medo, trazendo
paixão nos olhos e desejos doces
sem escambo, pedindo com gestos
desde o primeiro momento, apenas verdades
despudoradas.

E eu menina, que achava qu'era homem??
Pensava a vida só pensando quase e
a emoção quase sempre segundo plano?
Com tantos e tantos quases quases!
Sem batuques nem pandeiros

Voce com versos voando já, vosciferando menina
de todos os olhos e brincos, moça dos
sonhos bandidos, águas nas bocas de tantos
meninos, sem nacionalismos e brasileira
dos todos os elementos vívidos!

De todas as cores da lua, numa semana
menina, cachoeiras infindas d'águas, humores
amores e gostos e gostos dos diversos amores
ouriçantes que bendizem nossa Raça,
fada das tantas noites a parte das fontes
d'inspiração d'alguns escritores.

Quase rezo encantado, travessia convidando
minutos d'uma sabedoria rica, qualquer jeito
menina, qualquer jeito da tua fala vinda
d'um de dentro pra dizer até quem não tá
sendo visto e vendo

Neste enredo, no meu eu mesmo
vou saber ser nada alem do todo
inteiro que pinga gingado faceiro
tentando arte, requebrando esqueleto
pra te acompanhar. Quebrando pra cima...

Gostar gostando de alguem,
esta no ser e não no agora
por que é gostar de si tambem

São regiões d'um a gente indivíduo,
inexiste porque sempre foi e não
vai esperar, porque está menina, e
estar menina é tanto nele quanto nela,
vivendo o beijo da poesia direta, na fonte, bela
falsa como todos os medos bobos
dominadores que insisto em manter
inominalmente indevassáveis

Amor, é desinformação que não cabe
na beleza da vida viva pulsando,
nem no trejeito do bicho fazendo a cria
ser cria, tanto aqui no zoológico quanto
na mata ou nas baias da nossa
impúdica, clara e proeminente existencia.

O soturno segredo que guardava
de mim, virou embarque de superstição
acalantada, facilitado no colo de tua
mulher menina, pronto como de mãe
que acaba de parir e partir p'ras
novas vidas.

Depois menina, depois está por vir e
o então, é sempre durante.Venho
pra te fazer minha mulher, se me
quiseres como teu homem.Fora do tempo
mesmo, na nossa bolha de ontem
com todos os amores e amigos dentro!

(som - João e Maria / Chico Buarque)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Revelando ( por Raffa Gomes)





O cheiro da noite que começamos,
não terminou. Guardo comigo os nós
daqueles laços, inimaginários, forjados
pela eucaristia que selamos. Numa noite,

É muito para uma já, porém, serelepe
como só se sabe ser, meninice feminina,
ensina e faz relembrar dias inteiros ,
aquela hóstia divina, que não ousamos recusar;

Jeito de menina, dança no ventre
calcada de brasileirismos na pele ardente,
febre viril açoitada por incandescentes amostras
de afeto, dedicação, carinho e humildade, por não saber
onde no exato, que poesia, está para viver..

cantando baixinho, pé d'ouvido,
cachoeira de voz que invade,
braço de rio daqui-de-dentro
parecendo agora, se acertou.

Segredo.