segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Completude ( por Raffa Gomes)




Só se nosso silêncio fosse presse,
tentiva vã de esquivar das tempestades,
fluxo impúdico e deslizante de fragmentos,
saraivada de instantes adultos sofrimentos
de quando me serve os olhos;

Quase todo o infantil desenho que o nanquim faz,
quando, por desterro, invade a folha branca,
invasão voraz sem permissão, desnorteada
aparição que completa, pinta e fere e perdôa

e alerta, possível tempestade de neve, clareando.
Oceaneando diversidade, tua mulher mostrando
caminhos, d'onde não resta dúvida, dádiva cabe!

Eu sendo folha branca e Ela tinta grave;
Ela sendo tempestade de neve, Eu chão que molha,
mais tarde,
Sou o que ela completa,
És, o que a mim faltava.

Completude.

(Som - O pé , de karinah Buhr )
http://www.myspace.com/karinabuhr

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Vento e mar




Abandonado é como senti.
Dado o vento incauto, sem direção,
invasor do espaço que existia entre nós,
ventres ventos num vem-vai ilimitado.

Reza murmurada rosto a rosto...
Praguejando término que não queremos mais vai aproximando,
e se perde numa elegia de incontáveis versos,
mazela irrecuperável que o vento vadio anima;

Equilíbrio acalorado, correnteza de saudade esguia,
rio que leva e traz um só peixe,
verdadeiro amor líquido desconhecido
insistência de iemanjá no vigoroso movimento do mar,

rasgando a terra desesperada, que espera
e se refaz apressada para logo em seguida recomeçar.
Revelando-se aurora nova, com o nascer do sol
que aprova, aquilo que ousamos conhecer e
queremos mais. Mesmo assim, sozinho aqui. Acompanhado.

sábado, 15 de agosto de 2009

Quando não se quer pensar ( Por Raffa Gomes)





Tá,estou ali.
Onde nunca posso não dizer que existe
fragilidade;Ou forma de incerteza
indeclarada,devido grandes medos infantis
indiretos,astutos,adultismos sem fim !

Forçosa filosofia,
descobrir do inseto ao constelação mais antiga
dentro d'um quarto.Achei aqui.Mal da arte.

E continuo sendo gente,
destes tipos de mostrar a casa toda,
não só a sala,

Sentindo sempre saudosa falta,
de toda esta beleza fria e sedutora
das tardes de inverno, na minha casa
quando todos voces vão embora.
Mesmo estando aqui.